
09 November 2025
Eutanásia. O Direito de Escolher
por Anna Pivtorak Kostyuk
09.11.2025
A eutanásia desperta emoções contraditórias — inquietação, clareza e, por vezes, alívio. As minhas primeiras associações relacionam-se com dignidade, com os limites do sofrimento e com o direito de cada pessoa escolher quando a vida já não contém qualidade. Num mundo onde a morte pode ser indefinidamente adiada pela tecnologia, o valor ético de pôr fim ao sofrimento torna-se ainda mais relevante.
A minha visão pessoal é direta: a eutanásia é um mecanismo legal e necessário para terminar um sofrimento insuportável através da morte, quando não existe possibilidade de recuperação. Embora legal apenas em poucos países, formas passivas de eutanásia são amplamente praticadas, pois prolongar uma vida sem sentido muitas vezes não serve nem o paciente nem a família. Por isso, a legalização é essencial — incluindo para garantir proteção jurídica aos profissionais de saúde.
Num nível mais profundo, é importante distinguir entre diferentes tipos de eutanásia. A eutanásia passiva — recusa de tratamentos extraordinários — e a eutanásia não agressiva — desligar o suporte vital — são decisões racionais quando não há possibilidade de cura. O sofrimento e a qualidade de vida devem prevalecer sobre qualquer imperativo médico de prolongar a vida biológica. Quando o paciente não pode expressar a sua vontade, a decisão deve caber ao familiar mais próximo.
Mais complexa é a eutanásia agressiva, especialmente quando solicitada devido a sofrimento mental incurável. A dor psicológica pode ser tão severa quanto a física. Por isso, a decisão só deve ser tomada após anos de acompanhamento, tratamento e participação em programas de reabilitação, incluindo um sistema estruturado de mentoria. Se uma pessoa aprende a ajudar outros, pode encontrar um novo propósito — e talvez uma vontade renovada de viver.
No plano cultural, incluem-se situações como “morte por misericórdia” ou suicídio assistido, especialmente em guerra, quando um soldado gravemente ferido enfrenta um sofrimento desumano.
O Direito à Morte é também um direito humano — mas deve ser exercido através de um processo estruturado e compassivo, que permita uma partida digna ou que ajude a pessoa a escolher a vida novamente.
As convicções religiosas sobre a “santidade da vida” raramente consolam quem sofre uma dor insuportável. A autodeterminação é uma liberdade essencial, e nenhuma sociedade deve forçar alguém a recorrer a métodos violentos ou solitários para se libertar do sofrimento.
Contudo, quando alguém pede eutanásia porque acredita que já cumpriu a sua missão de vida, essa perspetiva deve ser revista. Essa pessoa demonstrou capacidade de realização — e pode assumir uma nova missão.
Dentro da metafísica da jornada da alma, escolher voluntariamente o momento da morte tem um significado profundo. Pode indicar que a alma não concluiu as suas lições e corre o risco de ficar presa no Mundo Subtil, incapaz de regressar, mas também incapaz de se unir ao Absoluto. No ciclo seguinte, os mesmos desafios podem regressar, ou pode ser necessária a ajuda dos descendentes para alcançar a união com a Energia Eterna.
🖋️ "O Direito de Morrer é, acima de tudo, o direito de pôr fim ao sofrimento com dignidade e compaixão."
— Anna Pivtorak Kostyuk
#AÉticaDaExistênciaEAEscolhaFinal #Eutanásia #DireitoDeEscolher #ÉticaDaMorte #DignidadeHumana #ÉticaDoSofrimento #PivtorakStudio

