🕳️ Nó Fantasma Libertado 02: Pequim. Mao Tsé-Tung

🕳️ Nó Fantasma Libertado 02: Pequim. Mao Tsé-Tung

O Salão Memorial na Praça Tiananmen.

Uma construção imponente no coração da capital. No interior — um corpo destinado a se tornar ídolo de um estado eterno.

Tipo de Nó: Múmia de Estado

Estado: Corpo embalsamado, culto protegido

Forma de Retenção: Arquitetura + sacralidade política + ritual

Imagem: Mao no sarcófago. Sério. Inalterado.

Após o fantasma: Praça. Espaço aberto. As pessoas passam.

Essência do Nó

O que mantinha?

— O corpo.

— A lenda.

— O poder incuestionável.

O mausoléu de Mao nunca foi um lugar de memória — foi um lugar de autoridade intocável.

Não era silêncio — era uma ordem petrificada:

"Tudo começou aqui — e tudo continua aqui."

Como foi criado?

— Contra a sua vontade (Mao queria ser cremado).

— Por medo de perder o símbolo.

— Como centro de disciplina coletiva.

— Como espaço onde o corpo falava mais alto que o povo.

Por que ainda funcionava?

— Porque o controle dependia do intocável.

— Porque o silêncio foi preservado.

— Porque o corpo pairava como sombra sobre a praça.

Estado do Fantasma

Este fantasma não fala.

Ele foi criado para o silêncio,

mas milhões sentem o seu peso.

Não tem rosto,

apenas a máscara da grandeza, conveniente para manter.

O fantasma se alimenta da hierarquia.

O silêncio não é paz —

é domínio inquestionável.

Permaneceu porque ninguém disse: "basta."

Ficou, porque a porta nunca foi aberta.

Resposta Coletiva

Não o seguramos.

Não mais ficamos em silêncio.

Abrimos os olhos.

Olhamos para o mausoléu —

E vimos apenas um corpo. Sem voz. Sem poder.

Mao não está aqui.

Seu fantasma não é mais necessário.

Caminhamos pela praça.

Passando.

Seguindo em frente.

Princípio Central

A verdadeira memória não exige um corpo.

O poder não se torna eterno por ser embalsamado.

Ninguém tem o direito de preservar um corpo contra a vontade do falecido.

Após o Regime

Mao queria ser cremado.

Não permitiram sua partida.

Agora — permitimos.

Já não vemos um Pai da Nação.

Vemos um homem que morreu.

E um corpo — que pode finalmente descansar.

Nós — deixamos ir.

Alt-text:

Desenho a lápis do Salão Memorial de Mao Tsé-Tung na Praça Tiananmen. Arquitetura sóbria, geometricamente precisa. As portas estão abertas. Diante delas — o fantasma semi-transparente de Mao, desaparecendo. O espaço está preenchido de silêncio e luz.

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Anna Pivtorak Kostyuk

📍🗺️  

10.07.2025  

https://www.instagram.com/pivtorak.studio